Solenidade de São José

Solenidade de São José


É com enorme alegria que celebramos hoje a solenidade de S. José, esposo castíssimo da Virgem Maria e pai virginal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Com pedagogia materna, a Igreja intercala entre os rigores da Quaresma esta doce festa, não somente para atenuar por breve tempo as nossas penitências, mas para que as retomemos amanhã de espírito renovado e com mais firme propósito. Porque, depois da SS. Mãe de Deus, nenhum outro santo viveu mais perfeitamente do que José o que Cristo ensinou a seus Apóstolos: “Quem quiser tornar-se entre vós o primeiro, faça-se vossoescravo” (Mt 20, 27). Com efeito, S. José mereceu ser chefe da Sagrada Família e ter sob sua guarda e autoridade, não só a Virgem bendita, mas o próprio Filho de Deus encarnado, justamente por ser e saber-se menor do que eles e o último da casa. Com que assombro não devia ele considerar que, apesar de sua pouca importância — não passava de um judeu pobre e desconhecido —, o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, o Deus que falara ao seu povo pelos profetas e realizara os tantos milagres que ele lia frequentemente nas Escrituras, esse mesmo Deus o havia escolhido para chefiar com poderes paternos a Virgem Imaculada e o Verbo humanado? E quem de nós, se fora elevado a tal dignidade, não se encheria de orgulho? Mas José, cuja alma não podemos duvidar foi talhada por Deus com um cuidado só inferior ao de Maria SS., sabia ocupar o primeiro lugar por ser escravo dos seus dois grandes amores. Esse mesmo exemplo de serviço e humildade deve inspirar-nos no que resta de Quaresma. Se temos em Cristo o modelo perfeitíssimo de serviço e entrega aos irmãos, em José temos um imitador inigualável dessas virtudes, além de um patrono seguro a que recorrer com a certeza de que, se lhe pedirmos com confiança a graça de vencermos a nossa arrogância, a nossa soberba, a nossa vaidade, a nossa ânsia doentia de poder e destaque, chegaremos à Páscoa profundamente conscientes de que, no mais íntimo do nosso ser, nascemos para ser os últimos de todos e os servos de todos, porque o nosso fim é reinar com Deus na glória celeste.

De Christo Nihil Praeponere
Equipe de Criação | Movimento CJC

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